sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A ROSA NA NEBLINA


Místico tom de presença,
invade o trecho azul da serra;
Toca o véu fluído da cachoeira,
oculta em meio às matas;
Não existe tempo, neste canto eterno da terra,
Apenas o canto dos instantes rumo ao nada;

As brumas inocentes cultuam a princesa,
que perfuma o silêncio;
Envolta em luz de rosa vermelha,
que brinca em folhas nuas;
Bebem travessas o orvalho que ao chão esvai,
qual pensamento;
E em sonho eterno faz real minha canção, e continua;

Ela procura esperançosa a luz da lua cheia,
E aspira a sorrir a brisa do oceano;
E assim em luz, desenha um coração sobre a areia,
E joga ao vento qualquer razão de haver engano;

Canto uma canção que fale da gente,
Sigo por um ponto que marquei no além,
Olho os olhos dela e vi que, realmente,
Nunca vi tão fundo, o que o mundo dela contém;

A rosa na neblina,
O sonho em tom distante,
O caminho não termina,
O eterno é o bastante.

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