sábado, 14 de abril de 2018

ONLINE

As noites de sábado sentados à varanda,
Os dias leves de luta dura nos uniam,
A vida era olhar em volta e não na tela,
Éramos toques e mensagem direta;

As mãos se davam mais em vez de teclar,
Sentávamos mais à mesa pra dizer do dia,
E sendo três então, éramos mais soltos,
Ainda deitávamos com ardor sem o muro sólido;

Éramos conectados e sem falhas de sinal,
Éramos por nós e por nós estávamos aqui
Hoje somos cada um na sua própria bolha
Escolha que só deixa traços de falta de afeto.

Somos longe de perto,
Estranhos de papel passado,
Pobres amarrados,
De futuro incerto.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

ENQUANTO VOCÊ DEIXAR

Te darei mimos e afagos,
Voltas sem porquê nem onde,
Abraços de repente, apertados,
Sem espera pelo sentimento que esconde;

Darei flores, cores e bilhetes,
Festas quando chegar, mesuras e sorrisos
Sentir tudo o que sentes,
Te ouvir e calar, e tudo então digo;

Serei apenas Eu, no que melhor eu for,
Transparente, denso, frio ou solar;
Serei tudo ou nada , opaco ou multicor,
Serei aqui e agora enquanto você deixar.


segunda-feira, 9 de abril de 2018


PROPOSTA

Troque:
- Rotina por ritmo,
- Tarefa por ação;
- O "certo" pelo digno,
- Concorrência por cooperação;

terça-feira, 3 de abril de 2018

VAGANDO EM ATLANTA

Quando se ausenta,
As flores guardam seu cheiro,
As horas, sonata mais lenta,
Metade do meu pouco inteiro.

No que demoras,
Seu vôo em tom de regresso,
Meu chão não segue as horas,
Meu tempo ignora em recesso.

Durmo nas brumas a seco,
Sonho em cinza e mudo,
Ando sem linha nem rumo,
Não vejo além do que é cedo.