AUTO DA PANDEMIA
Pus as roupas no varal,
Com elas minhas urgências;
Éramos assim lá no quintal,
Roupas, eu, árvores e desurgências;
Com elas minhas urgências;
Éramos assim lá no quintal,
Roupas, eu, árvores e desurgências;
Quarando penduradas sob o sol outonal,
Despedindo da semana última dessa estação;
Outras haverão de vir na dança anual,
Mas nenhuma como esta nesta breve encarnação;
Despedindo da semana última dessa estação;
Outras haverão de vir na dança anual,
Mas nenhuma como esta nesta breve encarnação;
Pássaros gorgeiam na piracanta majestosa,
Sombras e côdeas de sol rumo ao oeste se angulam;
Sem medo da noite que virá após um véu de rosa,
Que o ocaso mais acaso as pressas anulam;
Sombras e côdeas de sol rumo ao oeste se angulam;
Sem medo da noite que virá após um véu de rosa,
Que o ocaso mais acaso as pressas anulam;
Uma sexta-feira de cestas da feira frondosa
Uma noite de prosa do dia em confino;
Nos braços soturnos da penumbra amorosa,
Sou mero turista no expresso destino.
Uma noite de prosa do dia em confino;
Nos braços soturnos da penumbra amorosa,
Sou mero turista no expresso destino.