terça-feira, 4 de dezembro de 2018

domingo, 21 de outubro de 2018

PASSEIO DE PINÓQUIO.

No Instagram não tem:

Pum, meleca, pó nem lama,
Não tem a pilha de louça suja,
Nem o chato religioso que chama,
No domingo cedo que pede cama;

Não tem ainda:

O banheiro que precisa da faxina,
A conta atrasada na beira do aparador,
A meia largada na cama mais ainda,
A cara amassada do dia com dor;

Lá só tem então:

O lugar paradisíaco que chama a inveja,
A balada onírica que não fui convidado,
A comida glamourosa que a gula corteja,
O país distante que presente é no passado;

No Instagram:

A felicidade tem filtro e curtida,
A verdade congela, só o dedo corre livre,
Até onde a memória conectiva breca aturdida,
Para evitar que deprima mais ou melindre;

Ir para Pasárgada? Que nada!
Vou pro Insta das selfies mortais,
Das selfies de luxo vazio e cena criada,
Que me fazem rico ou pobre, mas real jamais!

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

sábado, 13 de outubro de 2018

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

CARÊNCIA

A fala fecha,
A cara vira,
A fé abala,
O sonho expira;

O tom desanda,
A paz demanda
Sorriso fenece;
A alma padece;

Pelo meio se anda;
Abaixo se põe,
À margem se fica,
A placa não indica;

Apenas mudo,
Em ato e estado,
Nada está em tudo,
Não há recado;

Sinal rompido,
Espaço extenso,
Peito ferido,
Sofrer intenso.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Estar só
Não é estar isolado;
É estar com quem
É só lado.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

TERMO DE CIÊNCIA

Já aceitei que não há mais o calor,
Entendi que colho escolhas;
Assumi meu posto e valor,
Longe da redoma onde sonhas;

Sou mais eu em minha quietude,
Entre sorrisos e mesuras gentis;
Só estou entre a falta e a virtude,
Convenho e preencho o que diz;

Até onde serei porta sem tranca,
Só direi quando o grito sair;
Na frieza e vazio que te estanca,
Terminará só, por se trair.

 

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

RESTA UM

Só convém, não é amado;
Só encaixa, não preenche;
Só convive, não abraça
Só protocolo, sem afeto.

Sem lembrança, só menção;
Sem afago, só lampejo;
Só favor, nenhuma entrega;
Só vislumbra, não enxerga.

Social mas nunca íntimo;
Divisão, jamais partilha;
Escoa vida e nunca junta;
Finge paz e nunca alia.

O que é isso, não sei;
O que está, não situei;
O que for, não serei;
Onde vou, não levarei.

domingo, 29 de julho de 2018

"Em minhas reflexões concluí que por mais que usemos metáforas como taças de cristal e folhas de papel ao tratarmos de conflitos, somos almas e almas são resilientes.  Podemos não perdoar nem confiar em quem nos magoou mas jamais somos destruídos ou deformados para sempre. Assim, você se livrar de mágoas e rancores depende somente de sua disposição de em alguns episódios de sua história, colocar um ponto em vez de vírgulas ou reticências. Daí, o perdão e a capacidade de dar uma nova chance faz sentido e torna-se um forte impulso."

A. Mandel .


terça-feira, 12 de junho de 2018

CANTO DA COLHEITA
(12 de junho de 2018)

O que dói à alma condenada,
É querer o que do lado respira,
Toque, riso, afeto e um sopro do nada,
O que perto te chega e então se retira;

É o esboço da melhor resposta,
E logo após o silêncio gélido do desprezo;
Usar a conveniência da solicitude disposta,
E então por na gaveta o falso apreço;

Entre tantos que hoje cantam,
Idilios, romances, juras e melodias,
Sou mendigo sob luzes que encantam,
Fora de todos os olhares doces deste dia;

Sou folha de um diário rasgado,
Teco de brasa dispersa, moribunda,
Presente deixado no nicho de seu passado.


domingo, 3 de junho de 2018

SENTENÇA DE VIDA

Não é apenas se matar que dá fim à vida;
Vaga-se cabisbaixo em peso de culpa,
Espera-se a porta abrir indicando a partida,
Não há voz ou fôlego pra pedir desculpa;

A vida acaba quando o afeto foi extinto,
Na alma traída em mágoa que o secou,
Tanto amor que houve, tudo era lindo,
E meu erro como fogo sem dó matou;

Hoje ao fim de dia sou resto de luz no ocaso,
Metade, nem isso do que costumava ser,
Nada de dor ou perda é acaso,
Perambulo em seu espaço sem você me ver.


segunda-feira, 7 de maio de 2018

sexta-feira, 4 de maio de 2018

ANTES DO POUSO.


Espero pela luz que venha te guiar,
A me ver como eu mereça;
Acendo cada instante a me buscar,
Tão distante o destino estabeleça;

Amanhã vou te buscar,
Tão logo o dia amanheça;
Daí em diante não deixe tanta vida passar,
Até que de novo nosso amor aconteça.


quinta-feira, 3 de maio de 2018

ENIGMA

Palavras, sem afeto;
Distância, não sentida;
Olhares, para o teto
Noites, talvez dormidas...

Um lado, coração aperta;
O outro? Tudo pode ser;
Verdade? Coisa incerta;
Sentimento - O que dizer?

sábado, 14 de abril de 2018

ONLINE

As noites de sábado sentados à varanda,
Os dias leves de luta dura nos uniam,
A vida era olhar em volta e não na tela,
Éramos toques e mensagem direta;

As mãos se davam mais em vez de teclar,
Sentávamos mais à mesa pra dizer do dia,
E sendo três então, éramos mais soltos,
Ainda deitávamos com ardor sem o muro sólido;

Éramos conectados e sem falhas de sinal,
Éramos por nós e por nós estávamos aqui
Hoje somos cada um na sua própria bolha
Escolha que só deixa traços de falta de afeto.

Somos longe de perto,
Estranhos de papel passado,
Pobres amarrados,
De futuro incerto.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

ENQUANTO VOCÊ DEIXAR

Te darei mimos e afagos,
Voltas sem porquê nem onde,
Abraços de repente, apertados,
Sem espera pelo sentimento que esconde;

Darei flores, cores e bilhetes,
Festas quando chegar, mesuras e sorrisos
Sentir tudo o que sentes,
Te ouvir e calar, e tudo então digo;

Serei apenas Eu, no que melhor eu for,
Transparente, denso, frio ou solar;
Serei tudo ou nada , opaco ou multicor,
Serei aqui e agora enquanto você deixar.


segunda-feira, 9 de abril de 2018


PROPOSTA

Troque:
- Rotina por ritmo,
- Tarefa por ação;
- O "certo" pelo digno,
- Concorrência por cooperação;

terça-feira, 3 de abril de 2018

VAGANDO EM ATLANTA

Quando se ausenta,
As flores guardam seu cheiro,
As horas, sonata mais lenta,
Metade do meu pouco inteiro.

No que demoras,
Seu vôo em tom de regresso,
Meu chão não segue as horas,
Meu tempo ignora em recesso.

Durmo nas brumas a seco,
Sonho em cinza e mudo,
Ando sem linha nem rumo,
Não vejo além do que é cedo.

quinta-feira, 22 de março de 2018

PEDIDO A QUALQUER TEMPO

Prefiro o afeto presente,
Ao presente efêmero;
A presença efetiva,
À omissão comprada;
Sua verdade rasgada,
À aparência furtiva.

Pense a respeito .

domingo, 18 de março de 2018

O ESPELHO NEGRO

Debaixo daquele teto,
Havia afeto;
Os olhos fixos na tela,
Miravam a janela,
Os dedos da mão ocupada,
Seguravam minha mão,
Havia o toque e o cheiro,
Em vez do olhar ao estrangeiro,
Que vê fotos e recebe amor declarado,
Afeto exportado;
Debaixo daquele teto,
A conexão dista de perto,
Inunda o deserto,
Mata o afeto semeado.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Água
Alimento
Abrigo
Agasalho
Afeto
Atividade

Essas são as necessidades básicas que temos.
Quanto mais nos aproximarmos delas simplificando nossa vida, mais livres e ricos seremos.
As maiores necessidades são todas A e não de A a Z.

quinta-feira, 15 de março de 2018

CONVITE À ALQUIMIA

Transforme
Saber em sabedoria,
Agressividade em empatia,
Réplica em poesia,
Competição em convivência,
Religião em consciência,
Vaidade em agir quieto,
Mágoa em afeto.


terça-feira, 13 de março de 2018

Podemos lamentar o que perdemos, o que nunca tivemos, ou o que perdemos por jamais termos tido.

quarta-feira, 7 de março de 2018



CONECTIVIDADE VÃ

Onde anda a parte ausente,
Que sempre senti pregada a aço e fogo,
Única em dor e êxtase latente,
Dados exatos de meu incessante jogo?

De repente um vazio sem tamanho,
Me leva a vagar em nuvens e picos gelidos,
Sonhos de cenas em um filme tacanho,
Apontando ao final sem pena ou merito;

Tanto que nos cerca em tamanhos e cores,
Nada são a mim que não torpores,
Restos de ilusões de alto preço jogados,
Aos fundos do armário de desejos mofados;

Sobram sorrisos gentis ao fim do dia vazio,
Palavras que evitam confissões obtusas,
Vontades paradas ao muro de seu feitio,
Erguido em suas conexões cegas e escusas.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

TANTO SILÊNCIO

Seu olhar olhando algo sem forma,
Silêncio duro e impenetrável a mim,
Sorrisos gentis por mera norma,
Onde vamos chegar assim?

Sonhos e dores em meio à noite suada,
Seu sono me mostra diferentes estações,
Sintonias distintas onde meu grito é nada,
Cada ar inspirado de distintas direções;

Quais seus planos e sonhos para logo?
Porque me sinto tão excluído?
Em perguntas e medos me afogo,
E caio lívido em sono qual cão perdido;

Tanto silêncio, pouco assunto,
Somos pião que roda no jogo mutante,
Fim de domingo acenando ao mundo
Amargo adeus latente mas nada distante.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A boa têmpera do aço vem do alto calor que funde o mineral e recebe os golpes que moldam e preparam; a água fria consolida e efetiva a função. Cada um assim se faz e se não caminhar entre prazer e dever de modo a viver em equilíbrio, equivale ao minério que só no calor se funde até nada restar, ou se molha apenas se corroendo indiferente a deteriorar-se.  O ser de boa têmpera segue o caminho do meio e suas escolhas o levam à paz e à  fortaleza.



segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Quando te sentires pequeno diante do  universo, seja o próprio - ou melhor - assuma o que já és .

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Deixe os erros e faça disso ferramenta para ajudar outros deixarem de errar também.
Vale ser solidário por experiência prática a juiz por arrogância teórica.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

SEM TÍTULO

Amar mais do que se é amado,
É dar luz e não ser visto,
Abrir portas mas ter o acesso fechado,
Dar flores e ficar com os espinhos;

Ser seu melhor mas nada melhora,
Receber com alegria mas ter que ir embora,
Fazer festa e não ser convidado,
Dar a mão mas ganhar de volta o costado;

É  acolher e ser ignorado,
Exaltar para ser humilhado,
Nada ser a quem dá tudo de si,
Pode crer - não se está nem aí.

Dizer te amo e ouvir silêncios doídos,
Chorar no escuro e ter seu pranto tolhido,
Não, você não é vitima do mal dos egos!
Apenas seu mundo é mal que vitima cegos.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

SONETO DA RESILIÊNCIA

Com o amor de quem espero,
Não mais conto como certo a vir,
Ainda que não negue esmero,
Fecho a porta sem a tranca a impedir;

Reergo o olhar e reenceto o passo,
Mantenho porém sua jóia escondida,
Não lanças mão e a leva como faço,
Pois só levas mediante seu abraço;

Ainda se me dizes quando te digo,
Ou do nada dizes se tens em ti,
Amor e desejo de dizer e fazer comigo;

Sofrer, como sol seca e cura,
Desfolha, ainda que não perca minha seiva,
E lembre, em mim achas se procura.






segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

ACRÓSTICO DO DESESPERO

E u sei que errado foi;
U sado a esmo feito confete em folia;

T enho no entanto doída carência,
E em ouvir de ti ainda que uma vez;

A o menos uma ultima em minha vida;
M ais que tudo pra me dar paz e saída,
O lhe a resposta clara aqui e em meu olhar.