Sobre dias que se foram,
Já não há o que fazer;
Sob o peso da distância,
Só me resta escrever.
Esculpir em pedra cinza,
Minha forma tão pequena,
Encolhida e tão ranzinza,
Dou um tom de dor à cena.
Todo dia me impressiona,
Me lembrar que você cresceu;
E essa roda que impulsiona,
O trajeto que é só seu.
Fico aqui no fim do trem,
Ora paro na estação;
Não me cabe ir além,
De onde parte sua visão.
Na vida sou raiz e base,
De seu vôo em fruto e flor,
Nada espero além de fases,
Tudo aposto e engano a dor.