CANTO DA COLHEITA
(12 de junho de 2018)
O que dói à alma condenada,
É querer o que do lado respira,
Toque, riso, afeto e um sopro do nada,
O que perto te chega e então se retira;
É o esboço da melhor resposta,
E logo após o silêncio gélido do desprezo;
Usar a conveniência da solicitude disposta,
E então por na gaveta o falso apreço;
Entre tantos que hoje cantam,
Idilios, romances, juras e melodias,
Sou mendigo sob luzes que encantam,
Fora de todos os olhares doces deste dia;
Sou folha de um diário rasgado,
Teco de brasa dispersa, moribunda,
Presente deixado no nicho de seu passado.
Há 9 anos
Gratidão pelo texto profundo.
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